AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA DEBATE A SITUAÇÃO DA REPRESA DE CHAPÉU D’UVAS


Em 27 de setembro, a Câmara Municipal realizou sua 4ª Audiência Pública do Período, para debater a situação da Represa de Chapéu D’Uvas.

A proposição foi da vereadora Cida Oliveira que, em suas considerações iniciais, relatou a importância da Represa de Chapéu D’Uvas para Juiz de Fora.

 Apesar de estar situada em terras dos municípios de Ewbank da Câmara, Antônio Carlos e Santos Dumont, esta represa é responsável pelo abastecimento de 48% de águas consumidas em nossa cidade.

O gerenciamento é feito pela CESAMA e além desse abastecimento, a represa mantém o rio Paraibuna sob controle, evitando enchentes e a diminuição excessiva do nível das águas no período de seca.

Infelizmente o Rio Paraibuna recebe, sem tratamento, 92% do esgoto da cidade! Segundo o professor Wilson Acácio, numa área de 323 km² de bacia, em 12 km, estendem-se 146 milhões de m³ de água de boa qualidade, um tesouro que precisa ser protegido por todos.

O lançamento do Balneário Reserva do Lago, onde 91 lotes serão destinados à construção, é o sinal de alerta para os problemas que poderão ocorrer se uma eficiente legislação não estabelecer as condições para esta ocupação.

Somente a PM de MG faz a fiscalização desta imensa área em torno da represa. Apesar do pequeno número de policiais, foram unânimes os pedidos de aplauso aos policiais, pelo empenho na proteção ambiental da área.

Segundo o professor César Henrique B. Rocha, da UFJF, o caminho ideal seria a manutenção de matas nesse entorno, que atualmente só possui 13% de terras com esse tipo de cobertura. Disse também que em 10 anos, duplicou a produção de eucaliptos no local e quadruplicou a ocupação humana.

Como alternativas apresentadas na Audiência Pública, foram feitas propostas pertinentes. Uma delas, e muito elogiada, foi o Projeto de Lei nº 3081, de autoria do Deputado Estadual Betão, que está em fase de análise pela Comissão de Legislação da Assembleia Legislativa de MG.

O projeto estabelece proteção legal para estas bacias. Outras propostas sugeridas foram: um estudo técnico científico sobre Balneários e suas condições legais para instalação;

impedir as construções em área pública federal, utilizando todos os meios legais disponíveis;

solicitações de providências ao Estado de Minas Gerais e à União.

Segundo o Dep. Betão haverá, em breve, uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa de MG sobre essa temática.

Finalizando, a vereadora Cida Oliveira considerou ter sido uma discussão rica e que, a partir de agora, deverão ser ouvidos Comitês, Conselhos e Órgãos técnicos para que não aconteça com a Represa de Chapéu D’Uvas o que ocorreu com as Represas de João Penido e São Pedro, vítimas de assoreamento e construções irregulares.

Comitê de Cidadania/JF

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